Patrimônio Cultural é Turismo

Material Educativo, Exposição Itinerante e Painéis Virtuais

Represa Chavantes, SP

O PROJETO

Em parceria com a Unibes Cultural, a associação Cânions Paulistas desenvolve o projeto PATRIMÔNIO CULTURAL É TURISMO com o objetivo de reconhecer, fomentar e divulgar o Patrimônio Material e Imaterial nos 15 municípios da Região Turística de Angra Doce e, por meio de parcerias a serem construídas durante o processo, apontar para possíveis desdobramentos e direcionamentos de politicas públicas.

SALTO DO ITARARÉ – PR

OURINHOS – SP

PIRAJU – SP

SIQUEIRA CAMPOS – PR

CANITAR – SP

TIMBURI – SP

CARLÓPOLIS – PR

CHAVANTES – SP

FARTURA – SP

RIBEIRÃO CLARO – PR

IPAUSSU – SP

ITAPORANGA – SP

JACAREZINHO – SP

BERNARDINO DE CAMPOS – SP

BARÃO DE ANTONINA – SP

PROJETO EXPOGRÁFICO

A expografia do projeto “Patrimônio Cultural é Turismo” traz para seu centro a questão fundadora desta mostra: a água, mais especificamente a Represa de Chavantes, elemento de enorme beleza paisagística que conecta os 15 municípios da Região Turística de Angra Doce e é também o principal motivo da sua existência. Esta água, cor de esmeralda, em seus muitos braços, abraça fragmentos de mata atlântica, áreas de pasto, fazendas de café e novos loteamentos impulsionadas pelo potencial econômico do turismo.

Se por um lado é notável o interesse recreativo náutico e de esportes aquáticos relacionados a existência da Represa de Chavantes, construída entre 1959-1971, e é claro seus deslumbrantes atributos cênicos, oriundos da geomorfologia, fauna e flora – as histórias que as águas nos contam são também ricas em diversidade sociocultural, e tornar isso evidente é o propósito desta exposição, que inventariou pela primeira vez os patrimônios materiais e imateriais da Região Turística de Angra Doce. Foram registrados mais de sessenta locais, artistas e figuras-chave da região.

Durante meses foi realizada uma pesquisa sobre os atributos destes municípios, sendo cinco paranaenses e dez paulistas, processo que se pareceu ao tecer de uma rede de pescas, destas presentes no Rio Itararé e Rio Paranapanema que desaguam na Chavantes. Algumas pistas foram encontradas em buscas pela internet, outras nas conversas com os gestores públicos, mas a grande maioria dos vestígios de uma cultura mais particular, profunda e às vezes oculta, vieram do caminhar pelas cidades, zona rural e conversar com seus moradores. O projeto pouco a pouco foi ganhando alma por meio de muitas narrativas e personalidades expressas na música, teatro, pintura, literatura, artesanato e demais manifestações culturais locais.

Há uma exuberância de localidades e pessoas registradas em cada fotografia. Entre os patrimônios materiais destacam-se as históricas fazendas de café, os mirantes nos topos de morros, estações de trem, aldeias indígenas, igrejas, casarões, pontes, campings à beira d’água, etc. Entre os patrimônios imateriais, rostos e corpos representam as muitas expressões artísticas destes municípios. Emocionam profundamente o talento e resiliência dos grupos afrodescendentes, folclóricos, religiosos, os trabalhos dos artesãos, a luta dos apaixonados pela preservação e resgate de bens culturais. Optou-se por fotos mais espontâneas e dinâmicas, que representassem a intensidade contida que cada sutil momento-movimento documentado.

Em contraponto com a eloquência de cada imagem, o suporte em formato de cavalete com duas faces, é extremamente simples e visa passar despercebido. Ele nasce da vontade de que a exposição seja itinerante, e possa ser abrigada em cada município da Região Turística de Angra Doce. Os suportes são leves, tem fácil montagem e desmontagem, e podem ser armazenados e transportados ocupando pouco volume. Os trinta e cinco cavaletes são organizados em raios que partem de um pátio central, onde se desenha no piso – a água. Cada uma das quinze linhas que partem das águas representam um município. Em cada município são dispostos de um a quatro suportes, com uma a oito fotografias. Entende-se que a exposição poderá a crescer ao longo do tempo, abrigando mais cavaletes, fotografias, patrimônios materiais e imateriais, e que sua configuração atual é a primeira de muitas que hão de vir.

Talvez o aspecto mais relevante da expografia “Patrimônio Cultural é Turismo” seja o fato dela ter sido idealizada para ocupar praças e parques públicos. Todos seus materiais foram especificados para resistirem ao tempo, pelo tempo que a exposição durar em seu percurso pelo interior paranaense e paulista. Estar em espaço livre foi uma condicionante do projeto por dois motivos: para assegurar uma configuração única que pudesse se repetir independente da característica do espaço anfitrião e para que a exposição fosse aberta a todos os tipos de público, especialmente o espontâneo, aquele que cruza a praça central e de repente se depara com algo estranho, aparentemente novo, mas apenas num primeiro olhar. O que há em cada foto é um registro de muitas identidades que por ali vivem e convivem. Lugares e faces conhecidas, apenas com outros contornos.

Torce-se para que a cenografia desta exposição possa receber inúmeras performances artísticas, que seu espaço central seja palco para muitos talentos, e que cada visitante possa fazer costuras e relações entre cada foto ali disposta. Espera-se que este projeto possa dar visibilidade a região, fomentar o trabalho dos artistas e produtores locais de cultura, promover debates sobre a memória viva, restauração e gestão dos espaços históricos, culturais e de interesse geográfico. Desejamos que desta mostra nasçam muitos planos, programas e ações, e que cada presente se sinta convidado a fazer parte deles, reafirmando o valor da cultura que vive no interior do Brasil.

MATERIAL EDUCATIVO

O Passaporte Angra Doce é ao mesmo tempo um guia e planner para fomentar o turismo educativo, cultural e recreativo nos 15 municípios que rodeiam a Represa de Chavantes. Ele foi baseado nas atividades realizadas pela Cânions Paulistas ao longo destes últimos meses com estudantes do ensino médio em disciplinas cujo foco era o turismo e/ou cultura. Após a apresentação do inventário de locais e artistas na região estudada, os estudantes foram convidados a elaborar seu próprio roteiro e incrementar as sugestões que lhe foram apresentadas. O exercício teve um engajamento extremamente positivo, os alunos se envolveram no experimento de incrementar outros Patrimônio Materiais e Imateriais e criaram roteiros de visitação surpreendentes. A conversa sobre como a cultura permeia a escolha de locais e programas foi interessantíssima e pode contemplar questões contemporâneas e múltiplas.

O Passaporte Angra Doce foi inspirado em passaportes convencionais, seja pelo tamanho, seja pela organização geral. Com capa dura, azul que lembra o da represa, desenho das águas na capa e página de abertura para cada turista possa incluir seus dados e foto. Ele conta com um diagrama de localização inspirado nos mapas de metrô, check list de lugares (patrimônios materiais) e pessoas (patrimônios imateriais) que devem ser conhecidos, conta ainda com espaços vazios para que sejam incorporados outros achados pelo visitante. O Passaporte Angra Doce se propõe a fazer do planejamento da viagem uma brincadeira, e mais do que isso, que seja um momento de pesquisa, reflexão, aprendizagem não formal e divertida.

Público-alvo: Estudantes do ensino fundamental, médio e universitário. Secretarias e Coordenadorias de Cultura e Turismo. Agências e Postos de Turismo. Museus e Espaços Culturais.

CICLO DE PAINÉIS

Após a realização do reconhecimento através da pesquisa, a Associação Cânions Paulistas, com a Unibes Cultural, parceiros e convidados, organizou o ciclo de palestras e debates que abordou as múltiplas compreensões do que se considera patrimônio, assim como visão das potencialidades territoriais, caminhos para a preservação e gestão cultural, estudos de caso, etc. Aconteceu durante o mês de maio de 2023 e foi composto por cinco painéis, abertos e gratuitos.

QUAIS SÃO AS HISTÓRIAS QUE AS ÁGUAS NOS CONTAM?

TEMAS: Apresentação do Projeto e Empreendedorismo Social

DESCRIÇÃO: Abertura do ciclo de painéis apresenta a motivação e objetivos do projeto “Patrimônio Cultural e Turismo”, percorre as linhas de pesquisa – atuação em andamento e narra em primeira pessoa a jornada dos empreendedores locais.

COM: Bruno Assami (Unibes Cultural), Eduardo Fernando Pedote (Bemtevi – Negócios Sociais), Salete Viana da Hora (CTG) e empreendedores locais participantes do projeto

POR QUE AS MONTANHAS NÃO SOMEM?

TEMAS: Patrimônio Natural, turismo sustentável e geoparques

DESCRIÇÃO: A região turística de Angra Doce possui uma paisagem natural espetacular que traz vestígios da era em que África e América eram um único continente e de sua posterior separação. Seus morros, rios e florestas tem uma dinâmica interna própria e agem sobre nós. Entender como esta paisagem evolui, suas particularidades e sentidos é a chave para a preservação.

COM: Elisa Maria do Amaral (Fundação Florestal) e Marcilene dos Santos (Coordenadora de Curso de Geografia da UNESP Ourinhos)

QUEM EU ESCOLHO MANTER VIVO DENTRO DE MIM?

TEMAS: Patrimônio imaterial, tradições, arte e identidade

DESCRIÇÃO: A presença das quatro aldeias tupi-guaranis existentes no sul da Represa de Chavantes trazem toda a potência da forma de vida humana como parte da natureza, traço fundamental dos povos originários. Proteger e transmitir os saberes ancestrais é a base para um futuro regenerativo.

COM: Rosa Marcolino da Silva Xarim (liderança indígena da Aldeia Tekoá Porã) e Davidson Kaseker (Diretor do Museu das Culturas Indígenas)

COMO MEDIR O TEMPO EM METROS?

TEMAS: Arqueologia, Patrimônio Material e Políticas Públicas

DESCRIÇÃO: Os municípios de Jacarezinho-PR, Piraju-SP, Ribeirão Claro-PR e Timburi-SP abrigam dezenas de bens arqueológicos reconhecidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). São registros arqueológicos impressionantes que evidenciam o quão espetacular é a região.

COM: José Luiz de Morais (Arqueólogo e Prof. Livre Docente), Rosina Parchen (Superintendente do IPHAN no Paraná) e Daniela Gadotti Sophiati (Arqueóloga do IPHAN-PR)

QUANTO PESA A MEMÓRIA?

TEMAS: Arquitetura, Patrimônio Material e Políticas Públicas

DESCRIÇÃO: Pontes, estações ferroviárias, fazendas de café, escolas, monumentos, igrejas, entre tantas outras construções que materializam formas de compreender o mundo e agir sobre o território de acordo com momento econômico, social, político e até mesmo espiritual.

COM: Marjorie Faria (Pesquisadora, Gestora de Projetos e Advogada) e Marcella Aquila (Arquiteta, professora e técnica da UPPH, CONDEPHAAT)

FICHA TÉCNICA

PATRIMÔNIO CULTURAL É TURISMO. Carlópolis, Jacarezinho, Ribeirão Claro, Salto do Itararé, Siqueira Campos, Barão de Antonina, Bernardino de Campos, Canitar, Chavantes, Fartura, Ipaussu, Itaporanga, Ourinhos, Piraju e Timburi

Cânions Paulistas
Fotografia: Matheo Fernandes
Pesquisa: Murilo Prado Cleto
Produção: Carolina de Arruda Botelho Klocker
Projeto Expográfico: Alexandre Monteiro Silva,
Carolina Klocker e Pâmella Bandini
Design gráfico: Pâmella Bandini

Unibes Cultural
Conselho Administrativo:
Denise Zaclis Antão – Presidente
Anna Kaufmann
Bruno Laskowsky
Fanny Michaan Terepins
Gabriel Zitune
Liora Alcalay
Maria Zanforlin

Conselho Fiscal:
Ricardo Radomysler
Eduardo Wurzmann
Andre Schivartche

Superintendente Executiva:
Elaine Imperatriz Vieira

Administração:
Ana Vitória de Sá
Ariana Santos
Fabio Henrique Alves Neto
Rodrigo Gonçalves
Taires Alves
Tayna de Almeida

Negócios e Parcerias:
Juliana Fuzaro

Comunicação:
Carolina Hermanson Mestriner
Kaike Figueredo Oliveira
Julia Similamori Alvim Nogueira
Nathalia Anisio Cruz
Célia Regina Borimecico Alves

Facilites:
Fábio Benedito Neves Nones – Coordenação
Adriana de Oliveira
Alessandro Souza Diniz
Alexandre Galvão de Miranda
Daniel Alves de Meira
Elder Wilton Garbuio
Francinildo Antonio de Sousa Filho
José Ferreira Mattos
Maria Nanci de Oliveira

Jurídico:
Pamella Cia Hetzl – Coordenação
Joyce Anacleto Porfírio
Julia Lucas de Oliveira
Sara Caldeira Lontras
Thaís Moraes Muñoz
Willian Alves Souza

Programação:
Augusta Cohen Zeidoh
Humberto Meratti
Laura Gonçalves Da Cruz
Nayan Cunha Lourenço

Operação:
Allan Santos
Hakiliss Henrique da S. Bueno
Lucas Zamaia
Luis Ricardo Ferreira R. Lucio
Raquel Prince Munhoz

FOTOS

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